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Dor em gatos: sinais silenciosos

Ao contrário dos cães, que costumam vocalizar desconforto de maneira mais evidente, os gatos tendem a mascarar sinais de dor — um comportamento herdado de seus ancestrais selvagens. Na natureza, um animal que demonstra fraqueza se torna presa fácil. Por isso, muitos tutores e até profissionais subestimam sintomas sutis, que podem indicar quadros dolorosos importantes.

Reconhecer esses sinais precocemente é fundamental para garantir bem-estar e evitar complicações clínicas. Neste post, reunimos observações clínicas, comportamentais e dicas práticas, com foco na identificação da dor em felinos, tanto por tutores quanto por profissionais da área veterinária.



Gatos não demonstram dor, como esse escandaloso da imagem!
Gatos não demonstram dor, como esse escandaloso da imagem!

Sinais comportamentais que sugerem dor em gatos

Mesmo sem vocalização direta, o gato pode "falar" por meio do comportamento. Veja os sinais mais comuns:

  • Redução da atividade espontânea: o gato brinca menos, deixa de pular em locais altos ou evita subir em móveis que antes frequentava.

  • Mudança de temperamento: fica mais arredio, agressivo, ou intolerante ao toque.

  • Esconde-se com frequência: busca locais mais afastados ou escuros, comportamento típico de gatos que não estão bem.

  • Postura encolhida e imóvel: principalmente com o dorso arqueado ou cabeça baixa, como se estivesse tentando proteger alguma parte do corpo.

  • Lambedura excessiva de uma região: o gato pode tentar "resolver" a dor lambendo constantemente o local afetado.

  • Mudanças no apetite e no uso da caixa de areia: recusa alimentos, bebe menos água ou faz as necessidades fora da caixa.

  • Expressão facial alterada: olhos semicerrados, bigodes projetados para trás, orelhas retraídas — o chamado grimace scale felino já é utilizado em centros de pesquisa e clínicas. (link nas referências)

A dor deve ser presumida, não descartada

Mesmo que, em uma consulta, os tutores não relatem dor, a presunção de dor deve estar presente sempre que houver lesões, inflamações ou histórico de trauma. A avaliação da dor deve ser rotineira em:

  • Pós-operatórios, especialmente ortopédicos e odontológicos.

  • Casos de osteoartrite e doenças degenerativas.

  • Doenças urinárias crônicas e obstruções.

  • Gengivites severas ou estomatites.

  • Pancreatites e doenças abdominais agudas.

  • Câncer, mesmo em fase inicial.

O uso de escalas comportamentais validadas e o acompanhamento por vídeo feito pelos tutores pode ser útil para avaliar alterações sutis fora do ambiente clínico.

Conclusão

Gatos não “reclamam” da dor — eles se recolhem, se calam, se escondem. Por isso, é nossa responsabilidade, como tutores e profissionais, estarmos atentos a esses pequenos sinais. A dor silenciosa é um dos maiores desafios na medicina felina, mas também uma das áreas onde podemos fazer a maior diferença.

Observar é um ato de cuidado. Agir, é um ato de amor.


Bibliografia e Referências Científicas

  • Cambridge, A. J., Tobias, K. M., & Newberry, R. C. (2000)."Assessment and management of pain in cats."Journal of the American Veterinary Medical Association (JAVMA), 217(5), 630–635. - A identificação e tratamento da dor em gatos, incluindo respostas comportamentais.

  • International Society of Feline Medicine (ISFM) / American Association of Feline Practitioners (AAFP). (2015)."AAFP and ISFM Guidelines for the Recognition, Assessment and Treatment of Pain."Journal of Feline Medicine and Surgery, 17(3), 251–272. - Diretriz internacional para avaliação e manejo da dor em felinos.

  • Steagall, P. V. M., Monteiro, B. P., & Lascelles, B. D. X. (2021)."Chronic pain in cats: recent advances in clinical assessment."Journal of Feline Medicine and Surgery, 23(11), 1029–1039. - Artigo sobre dor crônica e como identificar sinais clínicos e comportamentais.

  • Evangelista, M. C., Watanabe, R., Leung, V. S. Y., et al. (2019)."Facial expressions of pain in cats: the development and validation of a Feline Grimace Scale."Scientific Reports, 9, 19128. Introdução e validação da Escala de Expressão Facial da Dor em gatos (Feline Grimace Scale).

  • Robertson, S. A. (2008)."Managing pain in feline patients."Veterinary Clinics: Small Animal Practice, 38(6), 1267–1290. - Revisão abrangente sobre farmacologia, avaliação e estratégias de manejo da dor felina.

  • Clarke, K. W., & Trim, C. M. (2013).Veterinary Anaesthesia (11th ed.). Saunders Elsevier. - Capítulos dedicados ao controle da dor e particularidades dos felinos.


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