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Esporotricose - A culpa não é do gato

Atualizado: 14 de ago. de 2024



A esporotricose A esporotricose é uma micose cutânea que ocorre quando um animal (entenda-se aqui que pode ser animal humano ou não humano), é infectado por algum fungo (pois não há apenas um, mas sim um complexo de espécies de fungos) da família Sporothrix. Até recentemente pensava-se que apenas o Sporothrix schenckii ou Sporothrix spp, seriam os únicos agentes etiológicos da esporotricose, mas observaram-se diversas espécies filogenéticas interligadas inclusive o Sporothrix brasiliensis.

Em humanês... • Etiológico que vem do grego aitía que significa causa ou culpa, o que torna fácil explicar que o agente etiológico é o culpado por transmitir ou causar alguma doença. • Filogenética estuda as origens de organismos com com base em seus ancestrais comuns.


As esporotricoses (de novo!) 1 - A esporotricose cutânea (pele) é a forma mais comum de infecção e ocorre quando a pele é lesionada e é infectada com material contaminado. Se a pele for lesionada mas não houver a presença do agente etiológico (contaminante) nada acontecerá além de um ferimento a ser tratado.


2 - A esporotricose disseminada ocorre quando as células de levedura (dos fungos) se espalham das lesões da pele para outras partes do corpo, como ossos, articulações ou sistema nervoso central. Essa forma de doença geralmente afeta pessoas e animais imunocomprometidos. (Imunocomprometido é o animal que está com seu sistema imunológico debilitado, não importa a razão.)


3 - A esporotricose pulmonar (pulmão) é relativamente incomum, mas pode acontecer após a inalação de muitos conídios fúngicos de algum ambiente.

Grupos de fungos identificados no mundo:

Grupo I - Inclui os isolados no Brasil - S. brasiliensis.

Grupo II - (S. schenckii sensu stricto) Inclui os isolados dos EUA e América do Sul Group III - (S. globose) Compreende os isolados na China, India, Italia Japão, Espanha, Inglaterra e EUA.

Group IV - Inclui os isolados do Mexico (S. Mexicana).

Group V - (S. Albicans) Os isolados na Europa. Afinal, o que é um fungo? Vamos começar dizendo o seguinte: Fungos são muito mais perigosos do que bactérias, quando a imunidade está comprometida

Por definição, um fungo é qualquer membro do grupo de organismos eucarióticos que inclui microrganismos como leveduras e bolores, bem como os cogumelos. ( sim, cogumelo também é um fungo, grandão...mas um fungo) Esses organismos são classificados como um dos reinos eucarióticos tradicionais, junto com Animalia, Plantae e Protista ou Protozoa e Chromista.


A esporotricose e o gato

A esporotricose não é a doença de arranhadura do gato.

A doença chamada de "doença de arranhadura do gato" é a linforreticulose ou doença de Teeny e nada tem de parecido com a esporotricose.

O fungo da esporotricose está presente em plantas, folhagens vivas e secas, cascas de árvores, troncos, madeira, serragem, áreas com restos de vegetação e de árvores, bem como em locais onde a sujeira ou acúmulo de restos de plantas e árvores estejam convertidos em um ambiente propício à sobrevivência e proliferação deles. Vamos repetir essa frase? O fungo da esporotricose está presente em plantas, folhagens vivas e secas, cascas de árvores, troncos, madeira, serragem, áreas com restos de vegetação e de árvores, bem como em locais onde a sujeira ou acúmulo de restos de plantas e árvores estejam convertidos em um ambiente propício à sobrevivência e proliferação deles.


O fungo que infecta o humano, infecta os gatos também e vice-versa. Ficou fácil compreender onde começa a proliferação da esporotricose e certamente você percebeu que não é o gato que suja quintais, leva madeiras para todos os lados sem saber se estão infestadas.

Eu não me lembro de ver um gatinho carregando um tronco de um local para outro, sabendo ou não se está contaminado com o fungo Sporothrix. Você já viu algum?


Não me lembro também de ter visto um gatinho aparando madeira e deixando restos em quintais, terrenos ou áreas ajardinadas.

Doença do Jardineiro

É tão clara a inocência do gatinho na proliferação da doença que, já há muitos anos (antes de o humano descobrir que poderia colocar a culpa de tudo nos animais que não falam), a esporotricose também é conhecida por "doença do jardineiro". Isso se deve ao fato de que esses profissionais, ao lidar com plantas e galhos, podem se arranhar e com isso contrair a esporotricose, caso o fungo ou esporo esteja presente naquela planta, madeira ou espinho, no qual se feriu.

É o que se chama de transmissão sapronótica, pois ocorre da vegetação para um animal, seja humano ou não. Perecebemos aqui que não há gatos envolvidos, certo? A Culpa não é do gato


Sporothrix schenckii - 1000X

É comum falar em esporotricose e ouvir apenas relatos de contaminações por mordedura ou arranhadura de gatos.


Sim isso pode acontecer e sim isso é frequente. No entanto, a verdade é que os gatos não são os causadores da doença, são na verdade as maiores vítimas dela e nossos grandes protetores!


Analise comigo!

O gato é o que (em geral) primeiro se contaminará, pois está em contato com todo o material mencionado acima. Essa contaminação será um alerta para o controle de Zoonoses.

Portanto, o gato, com esporotricose, salva vidas humanas por alertar para a existência do fungo em um determinado local, região ou ambiente.


Os gatos são contaminados por plantas, plantas essas que contaminam o solo que, por conseguinte, contaminam mais plantas. Há contaminação pela inalação de conídias! Em humanês:

Conídias são esporos microscópicos, responsáveis pela reprodução dos fungos.

Há também as transmissões termodinâmicas**, pelo ar em determinadas fases de vida dos fungos. Certamente há tramsissões pelo ar, pois os fungos podem ser transportados pelo ar e simplesmente desejar "habitar" uma planta, galho, monte de madeira ou de restos de madeira que encontrar pelo caminho. Os fungos não aparecem do nada em um local. Eles são levados para lá, seja por animais, madeiras e restos orgânicos contaminados ou sendo transportados pelo ar. O que não falta é meio para disseminar um fungo espertinho.

Quem realmente é o culpado pela proliferação? Vejam que interessante seria pensar: Bom, o culpado é o gato! Mas, vejam como isso não tem fundamento: 1 - O gato não se contamina sozinho. 2 - Ele precisa de fungos disponíveis para se contaminar e esses fungos estão onde já descrevemos: em plantas e restos de madeiras em áreas abandonadas pelos homens. 3 - Se os gatos fossem castrados, eles "passeariam" menos, brigariam menos e, em caso de um gato estar contaminado, se não há brigas, não haveria transmissão para outro gato.

Os causadores da proliferação da doença são humanos que não limpam seus terrenos e quintais, criando locais perfeitos para a proliferação dos fungos. São os humanos que usam madeira e peletizados de madeira coletada de restos de corte para usar como "substrado em caixa sanitária de gatos" sem se preocupar com o que vem alí, junto com aquela madeira. São os humanos que trazem galhos de árvores para seus gatinhos "afiarem as unhas" sem saber de onde veio aquele galho e o que veio com ele! Principalmente, são os humanos que não se dispõem a levar um gatinho a um programa de castração grátis, promovido nos quatro cantos do país, para reduzir a superpopulação e consequentemente as brigas.


Culpar os gatos pela esporotricose é como culpar o piloto pela queda do avião. Você acha que ele iria provocar um mal, sabendo que ele será um dos primeiros a sofrer e morrer?


A doença instalada


Sintomas Os sintomas da esporotricose dependem de onde o fungo está se desenvolvendo.

A esporotricose cutânea geralmente afeta a pele ou os tecidos abaixo da pele.

O primeiro sintoma de esporotricose cutânea é geralmente um pequeno e indolor inchaço que pode ocorrer a qualquer momento entre 1 e 12 semanas após a exposição ao fungo.

O inchaço pode ser vermelho, rosa ou roxo, e geralmente aparece no dedo, na patinha, no nariz ou no braço, onde o fungo entrou por uma ruptura na pele.

O inchaço se desenvolve e converte-se em uma ferida aberta ou úlcera que é muito lenta para cicatrizar. lesões ou feridas adicionais podem aparecer próximas à original.

A esporotricose pulmonar é menos comum que a forma cutânea (pele) da infecção. Os sintomas incluem tosse, falta de ar, dor no peito e febre.

Na esporotricose disseminada, os sintomas dependem da parte do corpo afetada.

Por exemplo, a infecção das articulações pode causar dores articulares que podem ser confundidas com artrite reumatóide.


Quem, além dos gatos, mais se contamina Como já explanado anteriormente, esporotricose é mais comum mas as pessoas que lidam com plantas e jardinagem, especialmente roseira, madeiras secas e capim seco. Essas pessoas têm maior probabilidade de contrair a infecção. Maaas. E sempre existe um "mas", se um pessoa se arranhar em um espinho de roseira contaminada, a culpa será do gato que mora a 200Km de distância. Pode acreditar.


Diagnóstico e Teste Normalmente nós olhamos nossos bichinhos e havendo algo anormal vamos ao veterinário. O veterinário poderá ter a suspeita de esporotricose e pedirá a cultura de fungos e analise citológica.

Confirmada a suspeita, veterinário informa o departamento de zoonoses, pois é uma obrigação legal do médico. E então, o gatinho ajudou o humano!

Daí a ajuda que o gatinho já está oferecendo sem custos aos humanos pois, uma vez identificado um caso de esporotricose, que é de notificação compulsória (obrigatória) pelo Médico Veterinário aos órgãos competentes, as prefeituras faz buscas ativas na região para verificar se há algum foco do fungo em algum terreno baldio, áreas com acúmulo de restos de madeira e plantas, matagais ou lixão próximo à casa onde houve a contaminacão do gatinho.

Com isso o departamento de zoonoses mapeia o índice de ocorrências por região e toma providências. Assim sendo, o gatinho pode ter salvado muitas vidas de outros animais, humanos e não humanos. É um pequeno herói, sendo considerado o culpado. Uma injustiça, claro. Tratamento

Pois bem, se estamos falando de um fungo...o tratamento se dá com antifúngicos.


O Itraconazol, na dose recomendada pelo veterinário é o medicamento de eleição para tratar a esporotricose cutânea localizada, disseminada ou pulmonar nas fases inicial e inermediária da doença.

É um antifúngico eficaz e conhecido, da mesma família do cetoconazol. Para casos mais graves, outro antifúngico pode ser ministrado, a anfotericina, neste caso com administração endovenosa e em internação.

A anfotericina também é utilizada no combate de contaminações por outros patógenos, causadores por exemplo da criptococose (a doença dos pombos), endocardite fúngica e outros casos bem mais complexos.


E na hora de dar o remédio pro gatinho?

Ele vira um tigre, claro!


Mas, há técnicas que lhe permitem simplificar a vida sem se arriscar. Eu digo se arriscar porque a esporoticose é uma zoonose e contamina humanos. Um arranhão de uma pata com o fungo pode colocá-lo em seu corpo. Mas, como eu sempre digo, nada vence o amor (nem a aversão dos gatos a remédios).


Uma das técnicas mais utilizadas com o uso do Itraconazol, que vem em cápsulas bipartidas, é abrir a cápsula e misturar na carne, no sachê ou na comidinha natural do do gato. Há outras possibilidades, como o Churu, a manipulação de pastas orais. Mas...todos nós sabemos que gatos são bem criteriosos com sabores e odores, portanto, pense em fazer isso pela manhã, quando seu gato estiver com fome. Sim, você vai ter que deixar seu gatinho sem comer durante a noite pra medicá-lo pela manhã, depois libere a comida como de costume. Uma observação importante: No caso de restringir o alimento, considere um fator de extrema importância. Gatos podem desenvolver Diabetes Melitus II. Neste caso, deixá-lo sem comida pode levá-lo a óbito por hipoglicemia. Melhore a imunidade do gatinho

Considere dar um reforço alimentar pra ele com Recovery ou AD. Eu gosto muito desses dois produtos e eles definitivamente ajudam muito no fortalecimento e recuperação dos gatinhos. Gatos diabéticos e/ou com suspeita de problemas renais e hepáticos não devem usar Recovery sem a devida complementação mendicamentosa, que pode incluir protetores hepáticos. Só o Médico Veterinário especialista em felinos poderá avaliar corretamente e definir qual será a estratégia para o tratamento.

Isolamento

Todo e qualquer veterinario te pedirá pra isolar seu gato com esporotricose de outros gatinhos da casa, mas nós sabemos que isso é muito legal na teoria e nada exequível na prática, certo?

No meu caso (eu já resgatei mais de um gato com esporotricose e o levei pra casa).

Como de costume, se eu deixo separado até fazer todos os exames, castrar e aguardar uns dois meses, para por todo mundo junto.

Eu não isolei, mas, cortei as unhas deles e tirei todas as cobertinhas de todos os gatinhos para que não houvesse contaminação cruzada. A higienização ganhou perfis quase hospitalares.

Em minha casa não há entulho, nem mato e tampouco galhos secos. A alimentação dos meus gatos sempre foi adequada, portanto seus sistemas imunológicos estavam em ordem. Assim sendo, os gatinhos foram tratados, curados e os outros não foram contaminados. Isso não é uma regra, é uma experiência pessoal. Quem decide o que fazer é o médico veterinário que acompanha a saúde de seu gatinho.

Nunca permita que um animalzinho sofra com esporotricose. É sofrido, dolorido, difícil de curar. Maltrata os gatinhos, os cães e os humanos. Nunca abandone um animal doente. Você não sabe se em algum momento desta ou de alguma existência, você estará no lugar dele. Esporotricose é coisa séria e definitivamente não é culpa do gato.


Até o próximo post.



Livros Consultados



Wilson Santos 

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